SEO em 2015: a cultura da qualidade

Eu nunca vi o mercado de SEO tão movimentado. Lembro de 2007, quando o mercado de SEO não era tão maduro quanto hoje. Vejo que caminhamos cada vez mais para uma maturidade do mercado e com um plantel de profissionais, cursos e eventos que engrandecem o nicho no Brasil. Quando lancei meu livro de SEO em 2010, lembro que uma das minhas principais motivações era escrever um material que servisse como base para o treinamento de profissionais (visto que tínhamos poucos materiais e treinamentos), portanto, eu nunca considerei-o um livro de técnicas, mas de projeto de SEO. Hoje certamente, vejo um mercado muito mais maduro até nesses pontos de projetos, material, treinamentos, etc.

Uma auditoria de qualidade

SEO para mim sempre foi um trabalho de auditoria de qualidade, onde, mais que pensar no posicionamento do site, você pensa em melhorar o site para que ele tenha uma qualidade interessante que atrairá os olhos do seu cliente e, consequentemente, do mecanismo de busca. Hoje, o próprio cliente (anunciante) passou a entender isso de uma forma melhor. Eu lembro, sem saudade nenhuma, da época em que, mesmo entendendo o que era SEO de uma forma simplista, o cliente não confiava ou não acreditava no potencial de um trabalho desses a longo prazo. E não falo nem de resultados, mas de uma cultura de qualidade.

Fica cada vez mais evidente para mim a importância dessa cultura de qualidade, algo que vai além do SEO. Perguntei para alguns clientes que me acompanharam durante esses anos o que significou o trabalho de SEO para seus negócios, um depoimento que me chamou a atenção foi o da Cristiane Bastos que é CEO do MegaMamute:
"O impacto da cultura de SEO no MegaMamute é muito forte e engloba diversas áreas da empresa. Entre elas, a área de cadastro, conteúdo (descrição do produto, blog, mídia social, vídeos), desenvolvimento de projetos, em especial relacionados à plataforma do site, e marketing. 
Há um entendimento muito claro na equipe de que investimentos em SEO são estratégicos para o MegaMamute no médio e longo prazo. Há também uma cultura de monitoramento do retorno que é atribuído diretamente a SEO e como ele impacta outras mídias de performance, já utilizando um modelo de atribuição considerando a jornada do consumidor durante a compra. 
Continuaremos através de investimentos em desenvolvimento de plataforma, geração de conteúdo e qualificação da equipe a priorizar e mensurar a otimização do tráfego orgânico como um ativo precioso para o crescimento do MegaMamute."
Me chama a atenção o quanto essa cultura de qualidade é bem entendida por alguns clientes e estratégica também. A área fica cada vez mais multidisciplinar também. O que começou no Brasil com uma quantidade relevante de profissionais de TI, hoje tem profissionais da área de publicidade, marketing e conteúdo. Também nas empresas que internalizam o SEO é possível prever sucesso em seus projetos quando todas as áreas do e-commerce se envolvem com o plano de SEO, focando sempre na qualidade e não em um mínimo posicionamento.

Isso não é à toa. A Internet no nosso país cresce muito. Pense que o Brasil em 2014, segundo o comScore, foi o quinto país em audiência, considerando visitantes únicos. E certamente, os mecanismos de busca são responsáveis por um share importante dessas visitas.

(Fonte: comScore Media Metrix®, February 2014, Home and Work, PC Only, 15+ )

Perceba que "as categorias de site que mais geraram tráfego para o grupo de categorias “Compras e Classificados” foram “Ferramentas de Busca”, com 27,29% do volume de acessos" segundo estudo do Serasa Experian em Junho de 2014.

A maturidade desse mercado é o reflexo do crescimento e importância do nosso país, o que reforça cada vez mais nosso papel como profissionais de qualidade. A qualidade dos sites deve refletir nosso compromisso quando se trata de colocação.

As atualizações dos mecanismos de busca

É possível perceber que, entre vários fatores, as atualizações mais recentes exploram muito o que é natural, se você parar para pensar. Ou seja, pode-se acreditar que otimizações excessivas em alguns casos causam mais mal do que benefícios. A seguir, exponho um gráfico oriundo do Google Webmaster Tools em um caso recente que peguei. O cenário era de um cliente que trabalhou o SEO do seu site de forma errônea e estava perdendo posicionamento, visitas e conversões orgânicas.

Ao analisar e recomendar a eliminação do excesso de "conteúdo otimizado", ou seja repetição de palavras-chave, o número de impressões, cliques e outros indicadores importantes subiu.



Ou seja, uma virada. Nos atuais casos de SEO que tenho trabalhado, principalmente de clientes que são oriundos de outras consultorias de SEO que ainda aplicam o SEO clássico, tenho elaborado muito mais o conceito de "desotimização", principalmente no conteúdo. Um trabalho que envolve deixar somente o que tem de estar ali. Na verdade, o conceito do "saco de palavras", oriundo da inteligência artificial nunca foi tão importante para o SEO.

O que podemos esperar para 2015?

Para falar de 2015, precisamos entender o que o mercado brasileiro está devendo ainda: o mobile. Ainda muitos dos sites brasileiros não possuem sites responsivos ou versões para mobile. Isso ainda vem da dificuldade de implantação tecnológica em algumas plataformas de e-commerce, bem como falta de entendimento e importância de sites que tenham uma preparação para a diversidade de dispositivos presentes nos dias atuais.

A seguir, perceba os dados de visitação mobile de um site que tem uma preparação para receber visitas oriundas dessas fontes.


É de se notar que mesmo em sites que ainda não estão preparados para o mobile há um crescimento perceptível dos acessos mobile. Isso é inevitável, visto que a penetração de dispositivos móveis no mercado cresce frequentemente. Contudo, a diferença entre crescimento de visita e evolução de receita é desproporcional quando os sites não são preparados para mobile, já que o usuário tem dificuldade para converter.

Nessa linha, é possível acreditar que para 2015:
  • continuaremos tendo um crescimento de acessos mobile
  • as atualizações do mecanismo de busca continuarão privilegiando a naturalidade, ou seja, a evolução natural de um site e não forçada pela utilização de conteúdo direcionado só ao mecanismo ou mesmo pela compra de links, técnica atrasada, em minha opinião;
  • podemos afirmar que cada vez mais a performance de carregamento poderá influenciar o rankeamento;
  • evitar estruturas duplicadas é algo que ajuda na organização do site, qualidade e unicidade de informações - conteúdo de qualidade e único;
  • acessibilidade é outro item onde devemos, cada vez mais, observar e aplicar em nossos sites.

Comentários

Unknown disse…
Demais, Eric! Embarquei em SEO em 2013 estagiando na Cadastra (POA) e lembro que ainda tinha aquela questão de não ser uma área tão valorizada por alguns clientes devido aos resultados não serem tão imediatos quanto links patrocinados, por exemplo.

Acho muito legal essa abordagem de SEO fazendo parte do time de marketing, munido de diversos conhecimentos onde o usuário é o privilegiado.

Não tem SEO mais desmotivante do que aquele que só pensa em robô. Por isso que curto muito a abordagem do conteúdo voltado às pessoas, é um mindset totalmente diferente.

Vi que você não tem postado muito por aqui ultimamente, mas, vou procurar acompanhar suas publicações :) grande abraço!

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